Non scholæ sed vitæ discimus

terça-feira, 10 de agosto de 2021

MAIS INÉDITOS PARA HISTÓRIA DO BRASIL e do CEARÁ


DECODIFICAÇÃO DA CIFRAGEM MILITAR DOS TELEGRAMAS DO ARQUIVO DO PADRE CÍCERO



                                    

                             Dudú o Urucubaca 

           O maior reponsável pela "calamitosa" 

                     Seca do Quinze no Ceará


Considerações sobre a presente postagem. 

 

Descoberta com desdobramento e repercussão na história política e religiosa do Brasil e do Ceará.  

Assunto de magna relevância nunca antes explorado sobre o tema Padre Cícero, Juazeiro, Sedição, República Velha os quais muito excedem as fronteiras nacionais. 

Ocuparam-se do assunto pesquisadores e autores da envergadura de Rodolfo Teófilo, Irineu Pinheiro, Ralph de La Cava da Florida State University; Manoel Bergson Lourenço Filho; Otacílio Anselmo; Lira Neto...

Até mesmo o próprio Vaticano vem se empenhando diuturnamente no escrutínio da questão religiosa do Pe. Cícero-Juazeiro, a qual continua fascinando gerações.  

As informações em tela dispendidas compelem os pesquisadores a reexaminar e refazer escrupulosa e grave reflexão sobre os tópicos aqui  abordados em justaposição com aquilo que se transformou com o tempo em paradigma e foro de verdade.    

Documentos probatórios, fontes primárias que impelem uma diálise de inúmeras obras já publicadas, mas desfalcadas das informações trazidas a lúmen nesta nossa postagem. 

Descobertas sem precedentes sobre os personagens: Padre Cícero Romão Batista; O caudilho médico e general baiano Floro Bartolomeu, para muitos o alter-ego do Pe Cícero; O Presidente da república Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca; O Senador gaúcho José Gomes Pinheiro Machado, líder do Partido Republicano Conservador na república velha; O Ten Cel Eng Marcos Franco Rabelo presidente do Ceará e sua queda do poder no meio do mandato; A Sedição do Juazeiro, seu contexto e especificidades únicas na história brasileira. 

O porquê da repercussão e da virulência da Seca do Quinze que imortalizou a (Imortal) Raquel de Queiroz a primeira dama à adentrar a A.B.L...

Até mesmo aqueles com grave mutilação moral que somente conseguem aparecer diminuindo a reputação alheia terão que se debruçar no que aqui se deslinda, caso queiram discorrer com segurança sobre os personagens arrolados nas presentes fontes primárias decodificadas e reveladas. 

Despiciendo será constatar que o pesquisador responsável e vinculado com a apresentação escorreita da história bem há de mensurar a importância do assunto por nós escancarado.  


Decodificação dos Telegramas Cifrados do Arquivo Secreto do Padre Cícero.

        

         Decorrida mais de uma década que nos foi confiada pelo setor histórico da Diocese do Crato a honrosa e complexa missão de decodificar os telegramas que estavam cifrados de acordo com os padrões militares em vigor da época da sedição do Juazeiro (1913-1914), bem como na época pelos aliados da Tríplice Entente em boa parcela da Primeira Grande Guerra Mundial, fazemos publicar para gáudio dos pesquisadores os retromencionados telegramas de forma inédita, os quais demoravam no Arquivo do Padre Cicero Romão Batista sob guarda dos regulares de São Dom Bosco, os irmãos Salesianos no Juazeiro do Norte-CE. 


Frustrantes as tentativas em decodificá-los, pois que recorridos aos setores pertinentes das instituições, e.g.: Arquivos históricos, Segundas-seções, e.g.: E/2,  S/2 nos retornado in albis.


Os telegramas cifrados em tela muito contribuem para o deslinde da história do Brasil desanuviando e dando nomes “aos bois” absolvendo ou condenando os próceres do movimento sedicioso que apeou do poder o Ten Cel Marcos Franco Rabelo, presidente do Estado do Ceará eleito para o quadriênio 1912-1916. 


Na oposição a Franco Rabelo os intendentes municipais (prefeitos) da região sul-cearense, máxime seu líder o ex-prefeito da capital do Cariri cearense, o Crato, Cel Antonio Luis Alves Pequeno e demais caudatários, Coroneis e régulos das urbes circunvizinhas que perderam o poder após a queda da dinastia mais longeva, despótica, monocrática e monolítica que já imolou o Ceará; A do Babaquara, o comendador Antonio Pinto Nogueira Acioly. 


A retromencionada dinastia só conseguiu ser superada em hediondez pela perronha da atual oligarquia dos Sobas do Sobral! O maior flagelo que já se abateu sobre o Ceará. Nem as mil secas com seus cortejos de desgraças, e.g.: Fome, prostituição, orfandade, varíola, tifo, homicídio, insegurança pública são capazes de rivalizá-la.   

 

A Sedição do Juazeiro em apertadíssima síntese

(*) Foge totalmente do escopo desta publicação historiografar toda a Sedição do Juazeiro 


Revolução sui-generis no Brasil, pois sucedida desde uma cidade localizada no extremo mais longínquo do interior de um Estado até sua capital politica administrativa ocorrido em 1914 entre o governo do Estado do Ceará e as oligarquias caídas do interior, envolvendo o Padre Cícero Romão Batista, Floro Bartolomeu da Costa, comumente a cloaca da politicalha provinciana cearense, i.e.:  Senador, deputados federais e estaduais, prefeitos, au-pair com a imprensa venal sempre abastecida e subsidiada com o dinheiro público. 


Memora-se e destaca-se por justiça o Jacques Héber cearense, o Cel João Brígido dos Santos e seu tablóide O Unitário, verdadeiro Père Duchesne caprichosamente análogo a um certo jornal da TV aberta com seus papagaios de teleprontos que se ocupam diuturnamente em tentar desmoralizar o atual governo federal diante de uma plateia de iliteratos e alienados.   

 

A cúpula do desgoverno federal desta malsinada  ré-pública sob a égide das “ínclitas” figuras do Marechal Hermes da Fonseca –aka- Dudú o Urucubaca; o General e Senador gaúcho José Gomes Pinheiro Machado, o General Vespasiano de Albuquerque então Ministro da Guerra,  o Senador Francisco Sá e os deputados Virgílio Brígido (sobrinho do infame Cel João Brígido) e o Gen Tomas Cavalcante de Albuquerque dentre outras nulidades intelectuais, cada qual com sua cupidez, são os responsáveis diretos pelas agruras da "Seca" do Quinze, não pelo climatério daquele ano, mas pela miséria com que ficou o Ceará após cinco meses de roubo, saque, pândega e degradação como veremos adiante.      


Desde o final do século XIX, o Juazeiro, despontava como uma cidade sagrada para onde se dirigiam milhares de fiéis em busca de melhores condições de vida e do conselho do Padre Cícero. Para lá confluíam pessoas das mais diversas classes e com interesses diferenciados: comerciantes, bandidos, desabrigados e miseráveis assolados pela fome e pela violência. Este imigrantes era provenientes em sua maioria do Nordeste com destaque para Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, nesta sequencia.  A todos, o Pe. Cícero abrigava, dava conselhos e, muitas vezes, garantia lar e comida. Ao trabalho na lavoura também eram encaminhados muitos fiéis, embora com mão de obra subvalorizada.


O crescimento populacional e comercial de Juazeiro fez com que o então distrito do Crato reivindicasse sua autonomia política. As negociações para uma separação pacífica não foram bem-sucedidas e o tema dividiu os coronéis dos municípios vizinhos. No entanto, articulações políticas de Floro Bartolomeu, médico baiano, aventureiro que se instalou na região conquistou a confiança do Padre Cícero, conferiu a Juazeiro o reconhecimento político almejado. Em outubro de 1911, o Pe Cicero e Floro Bartolomeu conseguiram articular uma aliança entre os políticos do vale do Cariri, o chamado Pacto dos Coronéis. Entre as cláusulas constava: a) a decisão dos integrantes de não apoiar deposições na região; b) o desejo de fortalecer laços pessoais e políticos entre os participantes; e c) manter a lealdade incondicional a segunda dinastia mais despótica, monocrática e monolítica que já desgovernou e se locupletou do E$tado cearense, neste evento a do Comendador Antônio Nogueira Acioly, presidente do estado e líder do clã que dominava a política no Ceará desde o final do século XIX. Dinastia superada apenas pela oligarquia atual que tem esbulhado o Ceará há mais de um quarto de século.


De dezembro de 1911 a janeiro de 1912 houve intensa campanha contrária aos planos de Acióli manter-se na liderança da política cearense. O movimento que levou mais de 20 mil pessoas às ruas de Fortaleza contou com a adesão de comerciantes da capital do Ceará, de profissionais liberais, comumente da guarnição militar da Fortaleza.. O Babaquara não se fez de rogado e reagiu violentamente, ato continuo colocou sua segurança privada a oficialidade e os graduados da força estadual contra os manifestantes. 


A pressão popular era medonha e aos 24 de janeiro de 1912, o oligarca abandonou o governo e exiliou-se na capital da república onde de lá fez o que pode para juntar-se  aos conspiradores sob a liderança do Sen-Gen Pinheiro Machado, todavia o Babaquara já servira aos interesses políticos da súcia que despoticamente desgovernava o Brasil, Nogueira Acioly tornara-se descartável. 


O fato beneficiou o candidato da oposição ao desgoverno do Babaquara, o Ten Cel Marcos Franco Rabelo. Em sintonia com a política das salvações capitaneada pelo Gen Dantas Barreto, mais uma oligarquia era derrubada no Nordeste, a exemplo do que ocorrera com Rosa e Silva em Pernambuco em 1911.


A eleição do Ten Cel Eng Marcos Franco Rabelo, cearense, lente da Escola Militar da Praia Vermelha berço do positivismo no Brasil disseminado pelo Cel Benjamin Constant, -fanático adorador de Auguste Comte-, para presidente do Ceará em meados do ano de 1912 fez ruir as bases do Pacto dos Coronéis de 1911 firmado no Cariri. Ciente dos laços que ligavam os coronéis da região ao antigo líder da oligarquia Acioly, Rabelo iniciou uma campanha de desestabilização da política oposicionista no Ceará. Com o pretexto de acabar com o banditismo representado pelo fenômeno do cangaceirismo no Nordeste, enviou para o Crato 280 homens da Polícia Estadual.


Seguindo ordens do presidente eleito, a policia estadual estacionada no Crato prendeu alguns jagunços acusados de banditismo, todos ligados a coronéis de oposição. Além disso, Franco Rabelo entrou em confronto direto com Padre Cícero ao destituir homens de sua confiança de cargos públicos e acusá-lo de abrigar bandidos em Juazeiro.


Para piorar a relação de Rabelo com o Padre Cícero, uma viagem feita por Floro Bartolomeu ao Rio de Janeiro (agosto de 1913) para se encontrar com Antônio Nogueira Acioly e com o senador e presidente da república de fato, o Senador gaúcho líder do Partido Republicano Conservador, o General Pinheiro Machado pois o presidente de direito o Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca estava ocupado em sua lua de mel com a belíssima jovem Nair de Teffé, 31 anos mais jovem.


O encontro de Floro com a cúpula do governo federal foi pressentida como sinal de uma conspiração contra seu governo sob as bênçãos de Padre Cícero. Diante disso, Rabelo não hesitou em intensificar as ações contra Juazeiro. De fato, ao retornar a Juazeiro em novembro de 1913, Bartolomeu tinha um plano com o aval do presidente da república e o ministro da guerra, o Gen Vespasiano de Albuquerque para destituir o Ten Cel Franco Rabelo.


O vale do Cariri, no Ceará, sempre fora pródigo em garantir os votos necessários à manutenção da política dos governadores adotada pelo governo do presidente Hermes da Fonseca (1910-1914).

 


As refregas


No dia 12 dezembro de 1913 reuniu-se em Juazeiro uma assembleia dissidente composta por deputados oposicionistas, e declarou-se a ilegalidade do governo de Franco Rabelo. Nomeou-se nessa ocasião um governo paralelo, tendo Floro Bartolomeu como presidente provisório.


A resposta de Rabelo foi incontinenti. Aos 15 de dezembro daquele mesmo ano, as tropas estaduais estacionadas no Crato, sob o comando do delegado de polícia e comandante da 4ª Cia do 2º Btl da Força Estadual, - o sempre embriagado Cap PM Ladislau Lourenço de Sousa, mais tarde já no começo de janeiro de 1914 promovido a major (sic) -  deram início às operações de cerco ao Juazeiro. No dia 20, Juazeiro estava parcialmente circundada sob o comando do 1º Ten Inf Alípio Lopes da Silva Barros comissionado por Rabelo como Coronel da força estadual com pouco mais ou menos 250 homens que se deslocara desde Fortaleza via estrada de ferro até o termino dos trilhos no Iguatú e de lá em marcha a pé, e pouquíssimos a cavalo até o Crato distante 135 Km. 


Embora as investidas oficiais tenham provocado muita tensão em Juazeiro, a resistência dos fiéis do Padre Cícero, aliada ao contra-ataque dos cangaceiros reunidos por Floro Bartolomeu conseguiu vencer as forças estaduais. Juazeiro não era um simples motim fácil de debelar como pensava o “estrategista” Ten Alipio Lopes da Silva Barros.


Parcialmente cercada por tropas do governo estadual, Juazeiro enfrentou a fome e a falta de munição. Apesar das dificuldades, os milicianos que entoavam cânticos em louvor ao Padre Cícero e N.Sª. das Dores conseguiram resistir e contra-atacar.


Graças a esta ofensiva, na manhã do dia 25 de janeiro de 1914 o Crato capitula diante dos cangaceiros e bandidos de variados matizes que engrossavam as fileiras da Meca caririense. Memorando o erudito Gustavo Barroso estes cangaceiros foram arregimentados em um dos maiores celeiros produtores de bandidos, a região do Pajeú no Pernambuco. "Homens de feições simiescas subprodutos dos mais baixos coitos do caldeamento caboclo" G.B. 


A turba armada do Juazeiro era comandada pelo alter-ego do Pe. Cícero Romão Batista, o general e médico baiano Floro Bartolomeu e seu Estado Maior composto pelos Coronéis Antônio Luís Alves Pequeno do Crato, Pedro Silvino de Alencar, chefe politico de Araripe-CE. e do deputado estadual Dr. Jose de Borba Vasconcelos, nascido na Cidade da Paraíba.


Seguiu-se a tomada de Barbalha e municípios circunvizinhos. As cidades e seus comércios foram pilhadas a ferro e fogo. Não bastava saquear era preciso arrassar; Extravassar as taras avoengas.   


Como comprovado a iniciativa privada no Brasil sempre pagou a conta dos três poderes e dos estratosféricos salários dos empregos dos seus respectivos barnabés.


Em marcha a pé e via estrada de ferro, os sediciosos de Juazeiro, tal como eram denominados, ocuparam Iguatú (Terminal da Estrada de Ferro) e travaram combate em Miguel Calmon (Atual Ibicuã, distrito do município de Piquet Carneiro, última resistência armada do governo estadual), depois passaram os “romeiros” para Senador Pompeu, Quixeramobim, Quixadá, Baturité, Acarape-Redenção até marcharem sobre os arrabaldes da Fortaleza aos 15/16 de março de 1914.


Os romeiros-jagunços transformaram o Ceará em campo ubi troia, dai o porquê das funestas consequências da calamidade da “Grande Seca" do Quinze explorada, à farta pela romancista Raquel de Queiroz em sua masterpiece que lhe promoveu nacionalmente, não obstante ter sido o ano de 1914 de copioso inverno em todo o Ceará.  


O General Senador Pinheiro Machado fazendo as vezes de presidente da república desde o matrimonio do Dudú fez seguir para a capital cearense tropa federal para apoiar os revoltosos. Foi decretado o estado de sítio no Ceará, e o pusilânime Coronel Fernando Setembrino de Carvalho nomeado interventor no estado. Fora Setembrino um mísero lacaio do seu amo e senhor, o Gen-Sen Pinheiro Machado.


Após atender os interesses políticos do seu mestre Setembrino recebeu ainda em Fortaleza sua promoção ao generalato. Depois deste seu “denodado, bravo e heroico” feito militar no Ceará seguiu para a Região do Contestado (Paraná-Santa Catarina) para que do dispositivo mais distante possível do front comandasse suas tropas.


Deixa Franco Rabelo o governo estadual para o qual foi legitimamente eleito seguindo para o Rio de Janeiro no dia 24 de março de 1914. Por ironia do destino o mesmo dia do 70º aniversario do seu maior rival, o Padre Cicero Romão Batista. Estava assim consumado mais um crime político republicano. 


Os Telegramas Cifrados apud codificação militar de 1914


Os telegramas  abaixo codificados há mais de 107 anos e os pouquíssimos que puderam lê-los já não mais habitam o planeta. 


CIFRADO 01 - BR CEDHDPG_401_601 Livro 2 GFA 3 – Págs 23 e 24



"DESTINATÁRIO:  Soma Rio.


REMETENTE: Floro.


DATA: 26-12-1913


Recebi telegrama falencia continua mesmo estado povo pronto repelir covardes inimigos mesma bravura dia 20 corrente que sustentamos 15 horas fogo. Inimigos recuaram deixando 25 mortos, muitos feridos afora que levaram para Crato. Debandada foi enorme. Perdemos duas pessoas que foram atingidas passagem ruas. Soldados cangaceiros já estão desertanto alegando ser inútil invasão Juazeiro. Reina desanimo completo adversários. Importador decretou falencia desde dia 14. Foi dado Souza mauser cartuchame."   

 

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CIFRADO 02 - BR CEDHDPG_401_601 Livro 2 GFA 3 – Pág 28



“Urgente


DESTINATÁRIO: Junqueira Lima. Souza Paraíba


REMETENTES: Floro, Silvino, Aço e Cobre


DATA: 29-12-1913


Enviamos pedido número urgente ontem.  Precisamos também espoletas, balas, cartuchames.”  


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CIFRADO 03 - BR CEDHDPG_401_601 Livro 2 GFA 3 – Págs 30 e 31



 "Urgente


DESTINATÁRIOS: Deputados Tomas Cavalcante, Virgílio Brígido e Senador Francisco Sá. Pensão Caxias, Largo do Machado. Rio de Janeiro.


REMETENTE: Floro Bartolomeu da Costa.


DATA: 30-12-1913


Ciente telegrama. Peço insistentemente dia 1º vendedor dê providencias. Pedi, pois assim talvez evite novo ataque. Munição mauser não foi retomada italiano conforme avisaram, ficando inimigo reforçado para novo ataque. Atendam, pois estamos sozinhos nesta questão apesar ser de todos partido. Amigos muito prometiam nada fizeram esperando quem gaste. Portanto avaliem em que altura vai defesa mantendo alimentação, vestuários, armamento, munição mais gastos melhores pessoas. Francês dispõe ainda dos cofres públicos para que afrontar despesas. Levem em muita consideração estas minhas ponderações providenciem urgentemente para salvarmos causa sem prejuízo vida quem não são culpados, mais ainda para não tornar antipática nossa questão com morticínio que já não é pequeno. Peço também conseguirem nossos telegramas oficiais, pois já gastos mais de dois contos este mês.  Espero solução, oriente conforme peço. Numeração começa sempre em cada palavra cifrada. Saudações. Floro." 


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CIFRADO 04 - BR CEDHDPG_401_601 Livro 2 GFA 3 – Pág 31



"Urgente


DESTINATÁRIO: Senador Francisco Sá. Pensão Caxias Largo do Machado. Rio de Janeiro


REMETENTE: Floro Bartolomeu da Costa


DATA: 30-12-1913


Insisto que de hoje para amanhã seja chamado seu corpo exército tenente Alípio bem como retomada munição fornecida edital e que forte assuma comando lança. Porventura querem nos sacrificar primeiro para tomarem providências? Confio vosso leal esforço urgente providência, que verá morte adversários. Situação é grave. Em cada palavra cifrada principia numeração. Floro."  


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CIFRADO 05 - BR CEDHDPG_401_601 Livro 2 GFA 3 – Págs 47 e 48



"Urgente

DESTINATÁRIOS: Senador Sá. Deputados Thomas Cavalcante, Virgílio Brígido, Pensão Caxias Largo do Machado. Rio de Janeiro.


REMETENTE: Floro Bartolomeu da Costa.


 DATA: 12-01-1914


Adversários apesar anunciarem segundo ataque ainda não vieram. Esta demora muito prejudicando pela dificuldade de mantimentos para trinta mil almas. Ainda espero providências prometidas depois encerramento congresso. Não compreendo auxílio vendedor sem dar providências pedidas. Amigos devem compreender que esta questão (questão) é séria e não é com palavras que se triunfa. Estamos sozinhos no campo de ação, pois amigos municípios e capital estão agindo somente meio telegrama. Neste momento preciso ação e não de palavras que não dão resultado. Portanto providenciem urgentemente. O que prometi fazer estou cumprindo e com sacrifício resta amigos também cumprirem. Respondam. Saudações. Floro."   


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CIFRADO 06 - BR CEDHDPG_401_601 Livro 2 GFA 3 – Pág 61

 



"DESTINATÁRIOS: Senador Francisco Sá. Deputados Thomas Cavalcante, Virgílio Brígido, Pensão Caxias Largo do Machado. Rio de Janeiro.


 REMETENTE: Floro Bartolomeu da Costa.


 DATA: 21-01-1914


Tenente Armando acabou por convencer-se inutilidade esforços Francês sustentar-se caixa. Deu entender ser preciso partir Italiano retirada tendo visto como ele não pode solicitar atual momento de falência assim facilmente conseguiram inúmeros telegramas apócrifos aqui recebidos. Unitário informará ocorrência. Saudações Floro." 


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CIFRADO 07 - BR CEDHDPG_401_601 Livro 2 GFA 3 – Pág 78



"Urgente

DESTINATÁRIO: Souza


REMETENTE: Suiço


DATA: 14-02-1914


Vejam se podem conseguir franquia  telegráfica, pois  nossa despesa correspondência  é  enorme e até agora ainda não recebemos ajuda. Responda. Saudações. Suiço."   

 

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Há ainda um oitavo telegrama que sobremaneira enterra, ad aeternum, a reputação do Dr. General Floro Bartolomeu da Costa. O telegrama em comento será publicado na proxima postagem nossa, SDQ.


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Codinomes desvendados: 


Aço = José de Borba Vasconcelos, deputado estadual a época da Sedição do Juazeiro. Junto com o Cel Pedro Silvino de Alencar um dos comandantes da vanguarda dos combatentes do Juazeiro. Rumou até Fortaleza com a tropa.  Cel Antonio Luis Alves Pequeno, intendente deposto do Crato.

Cobre =  O Revdmo Pe Cícero Romão Batista, assim cognominado pela sua propriedade no Município de Aurora consignando uma grande mina de Cobre. a do Coxá. Esta mina o principal móvel da chegada do médico baiano e depois General Floro Bartolomeu da Costa e seu companheiro de aventuras, o Conde Adolphe Van den Brule ao Juazeiro. 

Francês Ten Cel Marcos Franco Rabelo, Presidente do Estado do Ceará

Importador = General Torres Homem, Cmt da Inspetoria Militar do Recife

Italiano 1º Ten EB Alípio Lopes da Silva Barros, comissionado como Coronel Comandante da Força Militar Estadual que fora dar combate aos insurretos do Juazeiro.

Padeiro: Emílio Sá fervoroso Rabelista líder da Associação Comercial de Fortaleza-CE. 

Silvino = Cel Pedro Silvino de Alencar um dos comandates das duas colunas de vanguarda que rumou até Fortaleza quando da deposição do Presidente Marcos Franco Rabelo.

Soma = A camarilha conspiradora composta pelo Senador Francisco Sá, Deputados Gen Tomás Cavalcante de Albuquerque e Virgílo Brigido (Sobrinho do Cel João Brígido) convenientemente hospedados na Pensão Caixas defronte ao Palácio do Catete.

Souza = Sr. Junqueira Lima, Grande comerciante na Cidade de Souza, Paraíba. Principal aprovisionador de armamento, munição e petrechos bélicos ao elemento inssurreto do Juazeiro.

Suíço = Médico e Gen Floro Bartolomeu da Costa Plenipotenciário do Juazeiro. Para alguns o alter-ego do Padre Cícero. 

Vendedor = Senador gaúcho, General José Gomes Pinheiro Machado Líder do Partido Republicano Conservador que dava sustentação politica ao desgoverno do Presidente da República, o Marechal Hermes da Fonseca. (Rectissimi!! Afinal vendeu o Ceará e sua população à sua mesquinhez e tara pelo poder. Fome, doenças e prosituição. A Seca do Quinze possui seu patrocínio). 


Finis Coronat Opvs


Clovis Ferreira da Cruz Ribeiro de Campos Lobo, PVT 


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Dedicamos esta postagem ao Revdmo Padre Francisco Roserlândio de Souza, pela  sua magnanimidade e grande zelo pela história cearense, sem ele muito material inédito e valioso para história nacional, máxime a cearense, ainda estariam ocultos e servindo como ração às traças.  

Ao Revdmo Padre Gabriel Vila Verde, sempre autêntico e sincero, homem de Deus, por sua humildade, bom coração e interesse pela história do Juazeiro e do Padre Cícero. 

A ambos sempre pedimos e pediremos as bençãos. 


Ao erudito e acatadíssimo genealogista seridoense Dr. Eliton Souto de Medeiros um dos mais talentosos pesquisadores nordestinos. 

Conhecemo-lo, acatamo-lo! Pesquisador probo, hígido, excelente caráter. Soube bem recusar o assédio de araques da genealogia pertencentes à indústria dos cristãos novos, contumazes em abordar este e aquele autor para após oferta de um petit l’argent venham imprimir seus nomes em publicações sob a égide de patrocinadores fins fazer a necessária propaganda do comércio de naturalização portuguesa pela via Sefardi.   


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