Non scholæ sed vitæ discimus

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Triste Fadário


 

...Enquanto isso o Babaquara tá dançando na lápide 


Vinte e nove de novembro de dois mil e vinte saiu o resultado do pleito eleitoral na Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção. 


O Ceará e os cearenses provaram mais uma vez a natural vocação para a tragédia. 


Nem as secas com seu cortejo de desgraças, i.e:  Tifo, Cholera-morbus, Varíola, Fome, Orfandade e Prostituição conseguiram imanar de forma tão aguda na sociedade cearense como faz Dinastia dos Rufiões e Araques da Vila  Distinta e Real de Sobral; A antiga Caiçara. 


O populacho do Forte de Schoonenborch é mesmo agachado, subalterno, submisso, além de medíocre. 


Por demais idiotas para compreenderem a própria burrice.  


Afinal jumento nasceu prá ser jumento. E haja capim!


E assim é que há mais de um quarto de século meus conterrâneos vem sendo esbulhados pela oligarquia mais despótica, monocrática, monolítica e corrupta desde o Ceará Colônia.


Nem no mais profundo delírio de cupidez do Nogueira Aciolli.


Aurea mediocritas!


Finis Coronat Opvs.
XXIX-XI-MMXX

Clovis Messias Ferreira da Cruz Ribeiro de Campos Lobo



sábado, 25 de julho de 2020

Para a História do Quixeramobim e Itatira 


Igreja de São Sebastião em Belém do Quinin 
Distrito de Quixeramobim-CE.



Igreja Matriz do Menino Deus em Belém  
atual Itatira Estado do Ceará. 


É de dar dó à situação que se encontra a historiografia do nosso Ceará, máxime depois do advento da “Pátria Educadora” promovido pelas tietes do Patrono do Fracasso da Educação Brasileira, o Sr. Paulo Freire, o qual seguiu à rigor a cartilha do destruidor máximo de famílias, culturas e tradições, o ultra bandido comunista Antonio Gramsci.

Passemos, pois a limpa uma estória que teima em perdurar muito além do que nos é suportado. 

Descendemos em linha reta paterna do casal Inácio Alves Guerra nascido c.1796, filho legítimo de João Alves Guerra (c*1765) cc. Inácia Ferreira  e Ana Teresa de Jesus esta filha legítima de Manoel Rodrigues da Silva cc. Lina Angélica de Jesus. Somos a sétima geração deste casal.

Inácio Alves Guerra e Ana Teresa de Jesus uniram-se em Matrimônio aos 16/01/1814 na Matriz da então Villa Nova Real do Boqueirão do Campo Maior de Santo Antonio de Pádua do Quixeramobim sendo testemunhas Jacinto José de Sousa Pimentel e Manoel da Cunha. O Padre Gonçalo Luís Ramalho conduziu a celebração.  

A partir da seca de 1825-1826 Inácio Alves Guerra, consorte e rebentos são compelidos a trocar a sequidão dos sertões do Quixeramobim pela uberdade, aquela época, da Serra do Machado, atual Município de Itatira.  

É que a Serra do Machado/Serra do Braga fora desbravada quase simultaneamente pelos portugueses Jerônimo Machado e Antônio Ferreira Braga atraindo para seus contrafortes esse e aquele agricultor pois propícias ao cultivo do solo.

Aquela região fora crismada como Serra da Samambaia, sendo a samambaia uma pteridopsida que necessita de umidade para desenvolver-se, umidade que os sertões do Quixeramobim eram nimiamente mesquinhos.

Conhecida como Serra das Flores, Serra do Machado, Serra do Video, Serra do Pinga, Serra da Mariana, Serra do Aragão, Serra da Imburana, Serra Corcunda, Serra Mata Fome para quem vinha do norte-noroeste-nordeste (Canindé-Santa Quitéria) e Serra do Braga, Serra de São Gonçalo, Serra da Cachoeira, Serra da Boa Vista, Serra do Torrado para quem vem do Sul-Sudeste (Quixeramobim-Boa Viagem).

Lá nasce o Rio Curu, -nossa conclusão- (não obstante os acadêmicos indicarem como nascente o aglomerado orográfico composto pelas serras do Céu, Imburana e Lucas no Canindé), o qual forma a terceira maior bacia hidrográfica do Ceará. 

Origina-se lá também o Rio Cangati que foi uma das rotas mais usadas para o povoamento da macrorregião da Serra do Baturité e dos sertões adjacentes tanto a barlavento como a sotavento. 

Caminho de penetração desde o Litoral (Cascavel) adentrando aos sertões pelos rios Malcozinhado e Choró em demanda da  ubérrima Vila de Monte Mor o Novo da América (Baturité) assim estabelecendo ligações com a Vila de Monte Mor o Velho (Pacajús).

E foi justamente na confluência destes caminhos antigos Choró-Cangati no atual Distrito das Itans, hoje Município de Itapiúna que foi capturado o Cel Antônio Bezerra de Souza e Menezes (23/03/1758) filho legítimo de Antonio Bezerra de Souza e Teresa Maria Comandante de Armas do Presidente Tristão Gonçalves de Alencar Araripe na Confederação do Equador de 1824.

Voltemos ao Inácio Alves Guerra e ao povoamento da Serra do Machado, ao cerne do nosso assunto, deixemos pois, a potamografia e a Confederação do Equador para outra postagem.  

Assim foi que Inácio Alves Guerra com sua prole, num crescendo deu início ao repovoamento alcançando as culminâncias daquela serra, ipso facto, formando-se lentamente após 1830/1835 um aglomerado urbano crismado de Belém tendo como posterior orago o Menino Deus por iniciativa de Antônio Alves Guerra neto do pioneiro Inácio Alves Guerra coadunando-se assim os topônimos referentes ao Menino Deus (Nosso Senhor Jesus Cristo com a Cidade de Belém na Terra Santa.

Não obstante, tudo isso até aqui visto e bem esclarecido foi que historiadores e políticos, pasmem, conseguiram inovar, ato contínuo mutilar a gênese do Município de Itatira fazendo do mais importante marco histórico daquela Cidade um intricado deveras ininteligível. Uma lenda abissal fictícia e irreal com dados eivados de incorreções. Um nó górdio geográfico e historiográfico.  

Confiramo-los:

Belém de Quinim para Itatira alterado pelo decreto-lei estadual nº 1114, de 31-12-1943” (Grifos e destaques nossos).

Fonte: IBGE


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“O topônimo Itatira vem do Tupi ita(pedra) e tira(áspero) e significa pedra de aparência áspera. O topônimo Itatira faz assim uma alusão a cordilheira de serras e pedras da região. Sua denominação original era Serra da Samambaia, depois Sítio São Gonçalo, Belém, Belém de Quinim e desde 1943, Itatira.” (Nosso destaques e grifos).

Fonte: Governo Municipal de Itatira 



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Acontece prezados leitores que a VERDADEIRA Belém do Quinin permanece até os dias de hoje onde sempre foi, ou seja: Sito às margens do riacho do mesmo nome distando apenas 20 Km (vinte quilômetros) à sudeste da zona urbana do Quixeramobim, enquanto o povoado de Belém que deu origem a Cidade de Itatira dista 119 Km (Cento e dezenove quilômetros) à noroeste da Cidade do Quixeramobim!

Outra vertente é que Belém do Quinin possui etimologia oriunda do sobrenome do casal sírio-libanês cristão João Belém (Bechara Boas) e Rosaly Belém que se estabeleceu no Quixeramobim no início do transacto século vide lápide abaixo.

Posuimos até o presente tão somente informes que o povoado existia já em 1897, poquanto não sabemos (ainda) como era chamado. 







O topônimo Quinin como já visto origina-se do Riacho Quinin que corre paralelo ao rio Quixeramobim indo fazer barra exatamente na confluência deste com o Banabuiú cerca de 18 km (Dezoito quilômetros) a jusante.

É de bom alvitre retificar este absurdo que serve apenas para acabrunhar nossa gente e nossa terra prestando-se nossos pesquisadores como figuras de derrisão e zombarias.  



Finis Coronat Opvs


Em São Paulo-SP e Quixeramoibm-CE aos XXV-VII-MMXX  AD



Clovis Ferreira da Cruz Ribeiro de Campos Lobo 


terça-feira, 5 de maio de 2020

Para a história da Missão do Miranda
  
                                    

                      A Cidade do Crato  






Ao Cariri Novo terra dos meus avoengos, os Bezerra de Menezes, Lobo, Monteiro, Macedo...


Caetana Perpétua do Nascimento Bezerra de Menezes irmã do ultraconhecido Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro é minha sexta-avó paterna. 

Comumente meus ascendentes diretos os da Estirpe de Santa Teresa (apud o inigualável historiador Joaryvar Lobo de Macedo).



A Missão do Miranda ou a Cidade de Frei Carlos de Ferrara como assim queria o notável historiador o Revdmo. Padre Gomes.


 Enfim, a Cidade do CRATO.


Mas quem porventura seria este Miranda?


O Gil de Miranda, mui provavelmente ad-hoc, da Casa da Torre nos sertões do Jaguaribe como assim era chamado toda a hinterlandia cearense.


Após compulsar diversas obras sobre o povoamento do Ceará, outrossim, avistar-me com os detalhes da sua geografia, máxime a potamografia foi que sempre discordei das assertivas do ilustrado pesquisador Antonio Bezerra (Algumas Origens do Ceara) quanto à cronologia do nosso povoamento.


Preferi arriscar-me na perigosíssima trilha: João Brígido-Pedro Théberge.


É que os fatos e respectivas cronologias depõem a favor destes últimos, senão vejamos:


- Aos 19/11/1614 foi comunicada via terrestre desde a atual cidade de São Luís-MA até Olinda-PE a derrota do “general bucaneiro”, o francês Daniel de la Touche com o pomposo título de Senhor de La Ravardière (Pasmem os leitores, que La Ravardière é o nome do edifício da Prefeitura de São Luís-MA, como se não bastassem os logradouros crismados com o nome da família Sarney)  na batalha de Guaxinduba vencidos pelas heroicas forças de Diogo de Campos Moreno, Jerônimo de Albuquerque, Manoel Mascarenhas Homem  e demais patriotas.


Era conhecido o caminho desde o extremo norte maranhense até o extremo oriental do nordeste brasileiro!


Quase 2.000 quilômetros em linha reta atravessando necessariamente os atuais estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba e Pernambuco -Possivelmente o Rio Grande do Norte- (Apud Jornada do Maranhão por ordem de Sua Majestade feita o ano de 1614, pelo próprio Diogo de Campos Moreno).


E foi assim que da querela entre ambos sobre quando o Ceará recebeu a maior parcela do seu influxo imigratório é que topamos com o elo fixador do povoamento, ou seja, a prole de um sesmeiro fixando-se no mesmo lugar da sesmaria recebida.


Voltemos para o Sr. Gil de Miranda...


Data de sesmaria concedida no Rio Ybu (Quixeramobim) aos 15/02/1710 pelo Cap Mor Gabriel da Silva Lago, sendo escrivão ao seu cargo Gonçalo de Matos Taveira que informou que as terras solicitadas pelos suplicantes, Antonio Fernandes do Couto Quaresma, Francisco Denis da Penha e Gil de Miranda, não haviam sido doadas, portanto poderiam ser doadas.


A sesmaria requerida possuía três léguas de comprimento por uma légua de largura para cada um dos suplicantes, sendo desta uma légua de largura meia para cada lado do rio Quixeramobim, começando nas confrontações com as terras dos últimos providos.


Para alegria dos historiadores descortinamos a origem e alguns nomes da família do até então solitário e obscuro Gil de Miranda, o pioneiro (fundador) do Crato.


Gil de Miranda foi casado com Ana Martins, ambos naturais do Piauí. O casal foi pai de Caetano da Rocha Lima natural da Freguesia de São Bernardo de Russas casado com Francisca Xavier Martins, natural do Piauí (mui provavelmente parente próximo da Sra. Ana Martins esposa do Gil de Miranda). Francisca Xavier Martins é filha do baiano Manoel Martins (Desconhecemos a mãe da Francisca Xavier Martins).  


Deste casal encontramos uma netinha do Gil de Miranda de nome Cirila sendo batizada na Igreja de Santo Antônio do Quixeramobim no dia de Natal do já distante ano de 1769.


Reproduzimos o termo, verbum pro verbo:


“Sirila de idade de um mes, e nove dias filha de Caetano da Roxa natural das Rusas, e de sua molher Francisca Xavier Martins natural do Piaui, moradores desta Freguesia do Quixeramobim neta pela parte paterna de Gil de Miranda, e sua molher Ana Martins natural do Piauí, e pela materna de Manûel Martins natural da Baia ignorasse a Avó materna, foi por mim batizada nesta Matris de Santo Antonio em Quixeramobim aos vinte e cinco de Dezembro do ano de mil setecentos e sessenta e nove, dia em que fis esse asento, e asinei. Foi padrinho Antonio Fernandes ileg.  Ileg.  Manuel Rodrigues Cura”    


E assim estes descendentes do antes desconhecido Gil de Miranda o qual para tristeza dos “genealogistas” caçadores de cristãos-novos povoaram aquelas plagas deixando vasta descendência no coração do Ceará.


Finis coronat opvs  


Águas de Lindóia-SP. aos  V-V-MMXX  AD


Clovis Ferreira da Cruz Ribeiro Campos Lobo