Non scholæ sed vitæ discimus

sábado, 25 de julho de 2020

Para a História do Quixeramobim e Itatira 


Igreja de São Sebastião em Belém do Quinin 
Distrito de Quixeramobim-CE.



Igreja Matriz do Menino Deus em Belém  
atual Itatira Estado do Ceará. 


É de dar dó à situação que se encontra a historiografia do nosso Ceará, máxime depois do advento da “Pátria Educadora” promovido pelas tietes do Patrono do Fracasso da Educação Brasileira, o Sr. Paulo Freire, o qual seguiu à rigor a cartilha do destruidor máximo de famílias, culturas e tradições, o ultra bandido comunista Antonio Gramsci.

Passemos, pois a limpa uma estória que teima em perdurar muito além do que nos é suportado. 

Descendemos em linha reta paterna do casal Inácio Alves Guerra nascido c.1796, filho legítimo de João Alves Guerra (c*1765) cc. Inácia Ferreira  e Ana Teresa de Jesus esta filha legítima de Manoel Rodrigues da Silva cc. Lina Angélica de Jesus. Somos a sétima geração deste casal.

Inácio Alves Guerra e Ana Teresa de Jesus uniram-se em Matrimônio aos 16/01/1814 na Matriz da então Villa Nova Real do Boqueirão do Campo Maior de Santo Antonio de Pádua do Quixeramobim sendo testemunhas Jacinto José de Sousa Pimentel e Manoel da Cunha. O Padre Gonçalo Luís Ramalho conduziu a celebração.  

A partir da seca de 1825-1826 Inácio Alves Guerra, consorte e rebentos são compelidos a trocar a sequidão dos sertões do Quixeramobim pela uberdade, aquela época, da Serra do Machado, atual Município de Itatira.  

É que a Serra do Machado/Serra do Braga fora desbravada quase simultaneamente pelos portugueses Jerônimo Machado e Antônio Ferreira Braga atraindo para seus contrafortes esse e aquele agricultor pois propícias ao cultivo do solo.

Aquela região fora crismada como Serra da Samambaia, sendo a samambaia uma pteridopsida que necessita de umidade para desenvolver-se, umidade que os sertões do Quixeramobim eram nimiamente mesquinhos.

Conhecida como Serra das Flores, Serra do Machado, Serra do Video, Serra do Pinga, Serra da Mariana, Serra do Aragão, Serra da Imburana, Serra Corcunda, Serra Mata Fome para quem vinha do norte-noroeste-nordeste (Canindé-Santa Quitéria) e Serra do Braga, Serra de São Gonçalo, Serra da Cachoeira, Serra da Boa Vista, Serra do Torrado para quem vem do Sul-Sudeste (Quixeramobim-Boa Viagem).

Lá nasce o Rio Curu, -nossa conclusão- (não obstante os acadêmicos indicarem como nascente o aglomerado orográfico composto pelas serras do Céu, Imburana e Lucas no Canindé), o qual forma a terceira maior bacia hidrográfica do Ceará. 

Origina-se lá também o Rio Cangati que foi uma das rotas mais usadas para o povoamento da macrorregião da Serra do Baturité e dos sertões adjacentes tanto a barlavento como a sotavento. 

Caminho de penetração desde o Litoral (Cascavel) adentrando aos sertões pelos rios Malcozinhado e Choró em demanda da  ubérrima Vila de Monte Mor o Novo da América (Baturité) assim estabelecendo ligações com a Vila de Monte Mor o Velho (Pacajús).

E foi justamente na confluência destes caminhos antigos Choró-Cangati no atual Distrito das Itans, hoje Município de Itapiúna que foi capturado o Cel Antônio Bezerra de Souza e Menezes (23/03/1758) filho legítimo de Antonio Bezerra de Souza e Teresa Maria Comandante de Armas do Presidente Tristão Gonçalves de Alencar Araripe na Confederação do Equador de 1824.

Voltemos ao Inácio Alves Guerra e ao povoamento da Serra do Machado, ao cerne do nosso assunto, deixemos pois, a potamografia e a Confederação do Equador para outra postagem.  

Assim foi que Inácio Alves Guerra com sua prole, num crescendo deu início ao repovoamento alcançando as culminâncias daquela serra, ipso facto, formando-se lentamente após 1830/1835 um aglomerado urbano crismado de Belém tendo como posterior orago o Menino Deus por iniciativa de Antônio Alves Guerra neto do pioneiro Inácio Alves Guerra coadunando-se assim os topônimos referentes ao Menino Deus (Nosso Senhor Jesus Cristo com a Cidade de Belém na Terra Santa.

Não obstante, tudo isso até aqui visto e bem esclarecido foi que historiadores e políticos, pasmem, conseguiram inovar, ato contínuo mutilar a gênese do Município de Itatira fazendo do mais importante marco histórico daquela Cidade um intricado deveras ininteligível. Uma lenda abissal fictícia e irreal com dados eivados de incorreções. Um nó górdio geográfico e historiográfico.  

Confiramo-los:

Belém de Quinim para Itatira alterado pelo decreto-lei estadual nº 1114, de 31-12-1943” (Grifos e destaques nossos).

Fonte: IBGE


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“O topônimo Itatira vem do Tupi ita(pedra) e tira(áspero) e significa pedra de aparência áspera. O topônimo Itatira faz assim uma alusão a cordilheira de serras e pedras da região. Sua denominação original era Serra da Samambaia, depois Sítio São Gonçalo, Belém, Belém de Quinim e desde 1943, Itatira.” (Nosso destaques e grifos).

Fonte: Governo Municipal de Itatira 



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Acontece prezados leitores que a VERDADEIRA Belém do Quinin permanece até os dias de hoje onde sempre foi, ou seja: Sito às margens do riacho do mesmo nome distando apenas 20 Km (vinte quilômetros) à sudeste da zona urbana do Quixeramobim, enquanto o povoado de Belém que deu origem a Cidade de Itatira dista 119 Km (Cento e dezenove quilômetros) à noroeste da Cidade do Quixeramobim!

Outra vertente é que Belém do Quinin possui etimologia oriunda do sobrenome do casal sírio-libanês cristão João Belém (Bechara Boas) e Rosaly Belém que se estabeleceu no Quixeramobim no início do transacto século vide lápide abaixo.

Posuimos até o presente tão somente informes que o povoado existia já em 1897, poquanto não sabemos (ainda) como era chamado. 







O topônimo Quinin como já visto origina-se do Riacho Quinin que corre paralelo ao rio Quixeramobim indo fazer barra exatamente na confluência deste com o Banabuiú cerca de 18 km (Dezoito quilômetros) a jusante.

É de bom alvitre retificar este absurdo que serve apenas para acabrunhar nossa gente e nossa terra prestando-se nossos pesquisadores como figuras de derrisão e zombarias.  



Finis Coronat Opvs


Em São Paulo-SP e Quixeramoibm-CE aos XXV-VII-MMXX  AD



Clovis Ferreira da Cruz Ribeiro de Campos Lobo