A Cidade do Crato
Ao Cariri Novo terra dos meus
avoengos, os Bezerra de Menezes, Lobo, Monteiro, Macedo...
Caetana Perpétua do
Nascimento Bezerra de Menezes irmã do ultraconhecido Brigadeiro Leandro Bezerra
Monteiro é minha sexta-avó paterna.
Comumente meus ascendentes diretos os da Estirpe de Santa Teresa (apud o inigualável historiador Joaryvar Lobo de Macedo).
Comumente meus ascendentes diretos os da Estirpe de Santa Teresa (apud o inigualável historiador Joaryvar Lobo de Macedo).
A Missão do Miranda ou a
Cidade de Frei Carlos de Ferrara como assim queria o notável historiador o
Revdmo. Padre Gomes.
Enfim,
a Cidade do CRATO.
Mas quem porventura seria este Miranda?
O Gil de Miranda, mui provavelmente ad-hoc, da Casa da Torre nos sertões do Jaguaribe como assim era
chamado toda a hinterlandia cearense.
Após compulsar diversas
obras sobre o povoamento do Ceará, outrossim, avistar-me com os detalhes da sua
geografia, máxime a potamografia foi que sempre discordei das assertivas do
ilustrado pesquisador Antonio Bezerra (Algumas Origens do Ceara) quanto à
cronologia do nosso povoamento.
Preferi arriscar-me na perigosíssima
trilha: João Brígido-Pedro Théberge.
É que os fatos e respectivas cronologias depõem a favor destes últimos, senão vejamos:
- Aos 19/11/1614 foi
comunicada via terrestre desde a atual cidade de São Luís-MA até Olinda-PE a
derrota do “general bucaneiro”, o francês Daniel de la Touche com o pomposo
título de Senhor de La Ravardière (Pasmem os leitores, que La Ravardière é o
nome do edifício da Prefeitura de São Luís-MA, como se não bastassem os
logradouros crismados com o nome da família Sarney) na batalha de Guaxinduba vencidos pelas heroicas
forças de Diogo de Campos Moreno, Jerônimo de Albuquerque, Manoel Mascarenhas
Homem e demais patriotas.
Era conhecido o caminho desde
o extremo norte maranhense até o extremo oriental do nordeste brasileiro!
Quase 2.000 quilômetros em
linha reta atravessando necessariamente os atuais estados do Maranhão, Piauí,
Ceará, Paraíba e Pernambuco -Possivelmente o Rio Grande do Norte- (Apud Jornada
do Maranhão por ordem de Sua Majestade feita o ano de 1614, pelo próprio Diogo
de Campos Moreno).
E foi assim que da querela
entre ambos sobre quando o Ceará recebeu a maior parcela do seu influxo imigratório é que topamos com o elo fixador do povoamento, ou seja, a prole de
um sesmeiro fixando-se no mesmo lugar da sesmaria recebida.
Voltemos para o Sr. Gil de
Miranda...
Data de sesmaria concedida
no Rio Ybu (Quixeramobim) aos 15/02/1710 pelo Cap Mor Gabriel da Silva Lago,
sendo escrivão ao seu cargo Gonçalo de Matos Taveira que informou que as terras
solicitadas pelos suplicantes, Antonio Fernandes do Couto Quaresma, Francisco
Denis da Penha e Gil de Miranda, não
haviam sido doadas, portanto poderiam ser doadas.
A sesmaria requerida possuía
três léguas de comprimento por uma légua de largura para cada um dos
suplicantes, sendo desta uma légua de largura meia para cada lado do rio
Quixeramobim, começando nas confrontações com as terras dos últimos providos.
Para alegria dos historiadores
descortinamos a origem e alguns nomes da família do até então solitário e
obscuro Gil de Miranda, o pioneiro (fundador) do Crato.
Gil de Miranda foi casado
com Ana Martins, ambos naturais do Piauí. O casal foi pai de Caetano da Rocha
Lima natural da Freguesia de São Bernardo de Russas casado com Francisca Xavier
Martins, natural do Piauí (mui provavelmente parente próximo da Sra. Ana Martins
esposa do Gil de Miranda). Francisca
Xavier Martins é filha do baiano Manoel Martins (Desconhecemos a mãe da Francisca
Xavier Martins).
Deste casal encontramos uma netinha
do Gil de Miranda de nome Cirila sendo batizada na Igreja de Santo Antônio do
Quixeramobim no dia de Natal do já distante ano de 1769.
Reproduzimos o termo,
verbum pro verbo:
“Sirila
de idade de um mes, e nove dias filha de Caetano da Roxa natural das Rusas, e
de sua molher Francisca Xavier Martins natural do Piaui, moradores desta Freguesia
do Quixeramobim neta pela parte paterna de Gil de Miranda, e sua molher Ana
Martins natural do Piauí, e pela materna de Manûel Martins natural da Baia ignorasse
a Avó materna, foi por mim batizada nesta Matris de Santo Antonio em
Quixeramobim aos vinte e cinco de Dezembro do ano de mil setecentos e sessenta e
nove, dia em que fis esse asento, e asinei. Foi padrinho Antonio Fernandes ileg.
Ileg. Manuel
Rodrigues Cura”
E assim estes descendentes do
antes desconhecido Gil de Miranda o qual para tristeza dos “genealogistas” caçadores
de cristãos-novos povoaram aquelas plagas deixando vasta descendência no
coração do Ceará.
Finis
coronat opvs
Águas de Lindóia-SP. aos V-V-MMXX AD
Clovis
Ferreira da Cruz Ribeiro Campos Lobo
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