D. Isabel Carlota Gomes da Silveira
D. Isabel Carlota Castello-Branco Gomes da
Silveira
Incident imaginem
Aqui deixamos registrados os recorrentes absurdos que
deparamos quando tentamos acessar documentos nos fóruns de algumas comarcas onde centenas de inventários dos séculos XVIII e XIX (Brasil Colônia e Império), jazem à discrição
do mofo e das traças. Muitos deles quando não estão empilhados ou jogados no
chão, estão “acondicionados” até em sacos de cimento (sic), sem embargo das sobreditas autoridades imporem portentosa
chicana processual condicionante ao acesso dos pesquisadores a retromencionada documentação.
Mesmo sendo in situ!!
Porventura o Arquivo Público do Estado não se presta para destinar este documental histórico?
Muito, mas muito da nossa história tem se perdido
pela prebenda e descaso do poder público.
Aqueles obrigados a dar cobro a este pavoroso desfalque nada fizeram. Será que a sinecura lhes é mais conveniente!? Blateram prometendo que vão fazer isto, isso, aquilo e no final, nihil versus nihil. Coram e assim perjuram-se: “Desta vez faremos o finório devolver os livros”, todavia o rubor inicial, o ânimo logo desaparece dando lugar a tez cerúlea nestes paladinos.
Saiamos dessa charneca...
Nesta oportunidade damos cobro a um dos muitos desafios que nos submeteram os investigadores da genealogia das famílias pioneiras do Maciço do Baturité. E porque não dizer, de todo Ceará, uma vez que a Vila Nova Real de Monte Mor o Novo da América sempre se prestou como concílio e último recurso de salvação do sertanejo nas grandes estiagens que a tudo e todos acabrunhava. Ali se salvava o gado. Ali não se morria de fome. Havia pequenos engenhos e aviamentos, rapadura e farinha. Todos de uma forma ou outra se encontravam no Baturité. Muito obrou seu padroeiro, o Sr. São João Nepomuceno na proteção dos seus fregueses e principalmente dos ádvenas daquele oásis.
Muito gente está viva hoje por terem tido seus ascendentes salvos da fome graças a uberdade da Serra do Baturité!
Doravante iremos elidir e sanear milhares de árvores genealógicas que pairam pendentes. A quantidade de árvores estagnadas impressiona! Basta acessar os mais diversos sítios genealógicos e afins, i.e.: FS, MyHeritage, Geni, FTDNA, Ancestry, 23andMe, Genera...
Este nó górdio que ora desatamos trará enormes surpresas aos descendentes de D. Isabel Carlota da Silveira, lidima representante de três, das quatro das mais antigas e tradicionais famílias do Baturité, os Nogueira de Lucena, descendentes do Alferes Manoel Nogueira de Lucena e D. Firmiana Calado do Rego –aka- Firmiana Rosa dos Prazeres; Os Castelo Branco do Cel Matias Pereira Castelo Branco e D. Emerenciana Correia de Sousa e os Gosmes da Silveira do Cap João Gomes da Silveira (com sua distinta ascendência Dom Antonio Barbalho Pinto e Ana da Silveira nos exórdios do séc. XVI no engenho Camaratuba, Paraiba) e D. Isabel Barbalho de Vasconcelos descendente em linha direta dos Soares de Avelar.
Dessarte, elidimos neste exato instante o enigma que perdurava por mais de meio século.
Forte é a motivação de D. Isabel Carlota para
se distanciar da nucleação Castelo Branco no Baturité. Azo que envolve diretamente
seu tio materno, Pedro José Pereira Castelo Branco, ele mesmo, o Pedro Crú, cognominado
pelos mesmos “talentos” de Dom Pedro I de Portugal que mandou matar Álvaro
Gonçalves e Pêro Coelho arrancado a ambos os corações ainda pulsantes, sendo do
primeiro pelas costas e do outro pelo peito. É que ambos mataram sua única
paixão: D. Inês de Castro.
Retornaremos ao Pedro Crú serrano em postagem futura juntamente com longa genealogia inédita dos Castelo Branco no Baturité.
D. Isabel Carlota da Silveira nasceu no Baturité na primeira semana do mês de fevereiro de 1839, sendo batizada com os SS. Óleos na Matriz de Nossa Senhora da Palma aos 05/04/1839. D. Isabel Carlota é filha legítima de Antônio Gaspar da Silveira e de Alexandrina Maria Castelo Branco. Foram padrinhos de batismo seus avós paternos, Gaspar Nogueira de Lucena e D. Rosa Francisca da Silveira.
Os pais de D. Isabel Carlota dispunham de muitos haveres, eram ricos. Gado vacum, equino, lanígero, muitos muares, caríssimos aquela época no Baturité, verdadeiros tratores e caminhões trucados da época. Possuíam comumente grande escravaria para aquele lugar e época. Eram donos de muitas léguas de terra tanto no Baturité como nos sertões de São Bernardo de Russas.
D. Rosa Francisca da Silveira Vasconcelos nasceu aos 27/08/1799
no Baturité, sendo batizada com os SS. Óleos naquela matriz aos 18/09/1799, filha
legítima do Cap João Gomes da Silveira Neto(*) e D. Bernarda Francisca de Vasconcelos, como padrinhos, José
Raimundo e Antônia de Sousa Nogueira
(não nos descuremos desta personagem), ambos residentes na freguesia de São
José do Ribamar do Aquiraz. Oficiante o Revdmo. Pe. José Pereira de Castro.
(*) O Cap João
Gomes da Silveira Neto foi presente e cabecilha na sessão de 10/10/1824 que
aprovou o apoio do Baturité à Confederação do Equador.
São avós paternos de D. Rosa Francisca, o Ten Luís Gomes da
Silveira e D. Maria Vidal de Mendonça e avós maternos, Estevão de Sousa Borges
e Ana Maria de Vasconcelos.
Não discorrerei aqui sobre a ascendência paterna do Ten Cel
Manoel Felipe Pereira Castelo Branco até sua quarta geração, tampouco sobre seus
filhos, (os tios pelo costado materno de D. Isabel Carlota), pois conhecidos à exaustão.
Estes os tios de D. Isabel Carlota da Silveira por seus avós paternos, o Cmt Gaspar Nogueira de Lucena e Rosa Francisca da Silveira Vasconcelos todos nascidos no Baturité:
- Gaspar Nogueira Lucena, Jr. *1818 cc. Maria Joaquina Sanches Ribeiro Campos
- Francisca Xavier Melo, *1820 cc. Raimundo José de Oliveira
- Ana Isabel de Sousa, *1824 cc. Antonio Dionísio de Queiroz
- Isabel Francisca de Sousa, *1827 cc. José Antonio da
Silveira
- Rosa Francisca da Silveira, *1831 (Não falecendo inupta, todavia o autor ignora
seu consorte)
- Maria Rosa de Sousa, *1832 cc. José Antonio Correia
- Severino da Silveira *1833
- Josefa Antonia de Lucena *1834 cc. Antonio Silveira
Machado
- Raimundo Nonato da Silveira *1837
- Luisa Rufina da Silveira *1838 cc. Rufino José de Oliveira
Isabel Carlota da Silveira recebeu as bênçãos nupciais na
Matriz de N. Sª. da Palma no Baturité aos
25/11/1853 ao matrimoniar-se com seu primo, o Cel Targino José de Góes nascido
aos 20/11/1828 na Ribeira do Mossoró. naqueles idos circunscrito
à província do Ceará.
“O Cel Targino José de Góes é filho legítimo de Antonio de Góes Nogueira e Cosma Barbalho”
A informação retro corre por inteira conta e risco do autor Lauro da Escóssia e daqueles que dele copiam.
Possuo grande desconfiança quanto à esta filiação, sem embargo ser o Cel
Targino bisneto do Alferes Manoel Nogueira de Lucena e Firmiana Calado do
Rego.
Irmãos para D. Isabel Carlota nascidos no Baturité:
- Raimundo José Castelo Branco
- José Nogueira Castelo Branco
Diferente dos irmãos, D. Isabel Carlota não adotou o sobrenome Castelo Branco.
Difícil conceber a ideia de D. Isabel Carlota ter tido 14 filhos, sendo quase todos com farta prole e conseguido eclipsar sua ascendência durante tanto tempo. Mirabilis!
O Chico Targino, boêmio inveterado, compositor de chulas, contador
de anedotas, exímio jogador de carteado. O arquétipo do mulherengo da época. Verdadeiro womanizer. Quando
trabalhava na Rede Viação Cearense-RVC estando estacionado na cidade do Iguatú no
segundo decúrio transato século, conheceu
uma viúva endinheirada, e assim, sem apelo, agravo ou sursis aplicou o golpe do baú com
todo o talento que lhe era assaz peculiar. O Chico Targino levou muita grana da viúva "lavando a égua".
Sarah da Silveira Góes
filha de Raimunda da Silveira Góes e neta de Isabel Carlota da Silveira.
Targino José da
Silveira, neto de D. Isabel Carlota da Silveira por sua filha Raimunda da
Silveira Góes.
E assim, numa manhã de uma quinta-feira, no dia 28 de março de 1929, aos noventa anos, na Fazenda Ipueiras de sua propriedade, (Ipueira dos Targinos hoje o 2º maior distrito de Canindé,
Ceará) faleceu da vida presente D. Isabel
Carlota da Silveira, lídima e sola matriarca dos milhares de Silveira Góes que
a partir desta postagem saberão que são e que sempre foram Castelo Branco da
gema.
Finis Coronat Opvs
040307ZOUT23QUA dia do trânsito do seráfico São Francisco de Assis
“Louvado seja meu Senhor com
todas as suas criaturas”
Em São João del-Rei nas Geraes
Clovis Ferreira da Cruz Ribeiro de Campos Lobo, PVT.