Non scholæ sed vitæ discimus

terça-feira, 7 de abril de 2009

Fortitudine...! Não. O correto é ARX


FORTITUDINE! NÃO.

O CORRETO É ARX.



Experimentem os leitores um despautério que perdura por mais de 120 anos, e que até a presente data, ninguém observou e, por conseguinte quis prover correção.

Reparem caros colendos que quase tudo nas verdades oficiais de 1889, se constituiu mentira proposital, traduzida em crassa ignorância e grosseria, fazendo injúria às nossas letras

Para arrepio da gramática e do bom senso o novus ordo republicano exportou para o nosso Ceará uma legenda para ser disposta sob as armas da Cidade de Fortaleza, como por escracho, e até este exato momento ninguém estrilou.

No brasão das armas da Cidade de Fortaleza queda-se um desenho de uma fortaleza, muito mal feita e totalmente dessemelhante do tipo das construções militares do tempo da nossa descoberta ou conquista.

Esta fortaleza mal acabada insiste em querer simbolizar a capital do Estado do Ceará, cujo nome completo é Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção.

E para bem aclarar o que quer exprimir aquele horrendo esboço, quiseram os republicanos colocar debaixo deste grafite, uma legenda tomada às presas do Latim; FORTITUDINE.

A República trouxe o uso das legendas até para as bandeiras! Autorizando e justificando esta desastrada inovação para o Município de Fortaleza e outros no Brasil afora.

O estandarte brasileiro que nunca foi imperial, porem sempre nacional, presidiu os cinco anos de guerra com o nosso vizinho Paraguai, fazendo-se ver em diversos continentes através da nossa marinha mercante e de guerra.

E a república, movimento golpista sem nenhum apoio político ou cívico, uma vez que em 1889, o Brasil tinha apenas três senadores republicanos, substitui “ao bem” de nossa liberdade, por outro com a legenda Ordem e Progresso.

Já que é um símbolo para que legenda?!

Alem deste vexame, colocaram o torrão brasílico entre determinado número de estrelas, para indicar a nossa posição no plano sideral, posição fartamente negada por vários astrônomos.

À mercê da República, colocou-se no estandarte e escudo da capital do Ceará a legenda FORTITUDINE.

Dado que fortaleza é uma construção militar, um quartel com fins defensivos, pudesse corresponder no Latim à palavra Fortitudo, pois apenas no nominativo deve ser empregada; Por isto que é da regra, que só o aportuquesamento dos substantivos se tome o ablativo. E.g.: De arbor, fazemos árvore; De pater - padre/pai; De servus – servo e et cætera.


Querer dar esse nome latino, FORTITUDINE, a uma edificação militar obriga-se desde já a empregá-la no nominativo – Fortitudo, o que também seria um atentado a inteligência e ao bom senso.

Mesmo assim, se ao menos guardassem os comezinhos mementos da regra do Latim, não teriam nossos “doutos” republicanos chancelado portentoso ícone caricatural, pois de MODO ALGUM é lícito empregar esse substantivo, porque a Cidade jamais tinha sido chamada Fortaleza pela firmeza de animo dos seus habitantes, senão por alusão a uma fortificação militar.

Fortaleza em sentido outro, isto é, presta-se para meter projéteis e parar projéteis bélicos que porventura pudessem lhe atirar. Non ultra plus!
Pois foi desta construção que tirou o nome do povoado que deu origem a capital do Estado do Ceará.

Chamar FORTITUDINE aquela velha fortaleza militar, hoje o Quartel General da 10ª Região Militar é deturpar totalmente o sentido da palavra, alem de se ensarilhar no maior ridículo.

E nem a referência ao Latim foi bem achada. Os que de fortes, fizeram forte, português, não concediam ao Fortitudo latino a acepção em que tomaram os nossos “eruditos” republicanos.

Arx e Castrum vem a ser no Latim a denominação correta para construções que se prestam para a palavra Fortaleza (edificação com propósito militar).

Fortitudine e/ou Fortitudo exprimem EXCLUSIVAMENTE a fortaleza, a condição física ou moral. Uma abstração, nunca uma substância.

In limine: Fortitudine (fortaleza) é um dos sete dons do Paráclito.

Fortaleza (reduto fortificado), palavra rigorosamente portuguesa. E com certeza!

Os romanos SEMPRE designaram o substantivo Arx para uma fortaleza ou forte; Castra para acampamento ou bivouac fortificado; Oppidum para cidade murada e Civitas para povoação.

Destarte, rogo humilde e suplicante que os timoneiros da política cearense apaguem de uma vez por todas FORTITUDINE, tanto do brasão como da bandeira de Fortaleza capital do nosso Ceará.

Em vista do expendido aqui por este rábula, proponho, ainda que tarde, aos “competentes” legisladores desta “maravilhosa” República, para que se escoimando desta tragédia lingüística possa endireitar-se o que insiste em ficar torto, fazendo escrever de uma vez por todas a palavra ARX!

Quem sabe se nesta babel internetiana este blog receberá uma visita de uma autoridade republicana que venha mandar consertar esta mixórdia.

Finis Coronat Opvs,


Clovis Ferreira da Cruz Ribeiro de CamposNatus est in Arx.

VII-IV-MMIX A.D.